quarta-feira, 22 de agosto de 2012


OS “FAZEDORES DE OPINIÃO”, AS PRESSÕES SOBRE JORNALISTAS, E O OS “SUPERGESTORES”

Do Contrato de Trabalho a que estive ligado 30 anos antes de ter sido empurrado para a reforma, decorre o respeito pelo segredo profissional, mesmo para além da cessação da actividade, e por isso esta simples reflexão, está detalhada qb. Tudo isto a propósito de uma entrevista televisiva a um “supergestor” (aqueles que passam de CA para CA, deixando sempre rastos,…, por onde passam) a que assisti um dia destes, conduzida por um dos mais asquerosos jornaleiros da praça. Vou falar sobre “pressões”, algo que tem ocupado os média nos últimos tempos, para dar nota de um caso com que me tive de confrontar, e que está relacionado com outros temas da actualidade no que às fugas de impostos respeitam algumas operações de capitais. Ouvi há tempos na Sic notícias o jornalista Joaquim Vieira afirmar que só recentemente se tem a consciência de que há ilícitos criminais em certas fugas aos canais especializados nas transferências e movimentação de capitais, afirmação com que não concordo, pois sempre houve essa consciência no sistema financeiro Português, embora para aumentar os resultados, e melhorar os rácios, fosse preciosa a captação de novos capitais, e nos órgãos de base da actividade, que era aliciada com uma gestão por objectivos cuja consecução trazia como contrapartidas recompensas materiais, alguns tentassem por vezes desconhecer a paternidade dos depósitos que captavam a todo o custo. Um dia, um senhor Director telefonou-me para mostrar o seu desgrado porque a aplicação informática que geria os dados de identificação dos clientes tinha "provocado" a não aceitação de uma operação de depósito no exterior devido a uma determinada validação dos dados pessoais do cliente envolvido na operação. Lá tentei explicar ao senhor que todas as validações decorriam da lei e das regras impostas pelo Banco de Portugal, e que não podia contar com a colaboração dos serviços de back office para “martelar” dados a fim de permitir que um residente fosse tratado como um não residente apenas para ser possível que o mesmo pudesse fazer uma aplicação numa conta de uma zona franca vedada aos clientes nacionais, e onde não pagaria imposto sobre os rendimentos do capital aplicado. Fui então sujeito à “pressão”/chantagem de que ou encontrava uma solução ou ele fazia queixa à Administração, o que, naturalmente veio a acontecer. O Administrador responsável pela Direcção do tal senhor, hoje “superGestor”na crista de mais uma Administração de uma EP, deu sequência à “queixa” e telefonou-me, tendo ouvido da minha boca que apenas dependia da assunção de um despacho dele mandar a Direcção que seguia o cliente “alterar” a classificação do mesmo para não residente, e que da minha parte nada mais tinha acrescentar à informação que havia estado na origem daquele contacto. Um dos factores que mais penaliza a transparência na actividade financeira é a inexistência de um código de conduta com penalizações, para que as guerras da concorrência não assentem na violação da lei, com estratégias do tipo, o cliente diz que a entidade A se propõe praticar detreminadas condições, e caso a entidade B não o faça transfere as suas contas para a concorrente. Para aqueles que acham que o mercado tudo regula, o BPN é a prova de que não é assim, mesmo com um mecanismo como a Central de Riscos do Banco de Portugal (pois os criminosos podiam/podem(?) mesmo enganá-la,…), cuja implementação sempre defendi até se concretizar, que acompanhei de um dos lados e propus dever ser alargada em âmbito da EU e com a criação de um número de identificação Europeu para controlar as entidades que realizassem operações activas e passivas transfronteiriças no seu espaço. Tal como a prática das promoções dos 50% de desconto, ou dos “descontos” nos impostos, exige-se urgentemente mais Entidades Reguladoras de âmbito cada vez mais Europeu, senão, as “agências de notação”, que mais não são do que agentes da cadeia da especulação financeira, acabarão por conseguir o seu gande desígnio, o empobrecimento dos Países mais pobres e a destruição do ambiente do Euro.