quarta-feira, 14 de novembro de 2012



Texto publicado hoje no Facebook, a propósito da Greve Geral Nacional e Europeia

 
Hoje, porque é dia para isso, o protagonismo é do Trabalho, uma das melhores virtudes dos Portugueses, e é mesmo aquilo em que nós nos diferenciamos de muitos outros europeus. Porque sem trabalho, o nosso trabalho qualificado, nada se contrói, não há País que progrida, nem futuro para os nossos filhos. Este texto, que será publicado completo no meu blogue, merecia ser aqui acompanhado por duas imagens, imagens que não publico, uma porque não aceito que “a cara do livro” passe a ser proprietária das minhas próprias imagens, e outra porque respeito as opções de partilha dos meus Amigos, mas mais à frente as imagens ficam bem descritas. Mas, voltemos a falar daquilo de que os Portugueses são tão bons a produzir, tirando partido dos saberes, que tiveram arte para adquirir ou daqueles que souberam preservar e transmitir de geração em geração, que se traduzem em milhões de produtos que nos diferenciam e exportamos todos os dias. A minha mulher e eu, continuamos o trabalhar todos os dias, e ela até “exporta” muito do produto de parte do seu trabalho, e a nossa contribuição para a sociedade, é ainda comum a muitos dos Avós da tal Europa do Sul que a direita europeia diaboliza, como em Luca, uma pequena e plana Cidade próxima de Firenze, onde próximo da hora do almoço pude observar e registar em imagem os netos a irem almoçar a casa na bicicleta pedalada pelos Avôs. Uma Amiga nossa, publicava um dia destes a imagem de um almoço em Arraiolos, onde, para além dos tapetes ancestrais, que são um produto que diferencia Portugal e o Alentejo, e contra quem agora a contrafacção oriental litiga de má fé, se ofertava uma gastronomia que encanta os turistas, embora para mim de duvidosa raiz integralmente lusitana (migas com “secretos e plumas”,...ou cação frito com açorda “de camarão”,..). Não posso hoje fazer greve aos meus netos, porque não “estou de serviço”, mas tal como nas duas ocasiões, em que o meu Sindicato aderiu a greves gerais, e entreguei de véspera ao meu Director Coordenador as chaves dos cofres da minha responsabiliade hierárquica, quero deixar claro que na fase actual da economia do País tão carente de PIB, espero que fazer greve de protesto por direitos laborais ou cívicos, venha a produzir mais resultados para o futuro do País do que um dia de trabalho!

domingo, 23 de setembro de 2012




A história das papadas
A Associação de Restaurantes e Similares de Portugal (ARESP) anunciou aos Órgãos de Intoxicação Social (OIS) que encomendou um estudo à consultora PwC Portugal e à Sociedade de Advogados Espanha & Associados que faz o levantamento dos impactos reais gerados no sector pelo aumento do IVA de 13 para 21% na restauração, e que o vai entregar ao PM. No mesmo dia, o pantomineiro que há anos e anos todos os domingos num canal televisivo de referência faz umas habilidades de manipulação opinativa, apareceu agora, por detrás do cortinado do segredo do recente Conselho de Estado (CE), a tentar convencer os seus olhintes de que há um “médico” a tratar da saúde do País, e que dentro de poucos meses está garantido que vão aparecer os resultados positivos das “terapias” a que nos vem sujeitando. Ao mesmo tempo, os OIS “informavam” que o tal “médico” fez a sua apresentação/prelecção no CE usando pelo menos uma aplicação muito popular da Microsoft. Sei, por experiência própria do ponto de vista do utilizador, o fascínio que as micro-aplicações informáticas usadas pelo tal “médico” nos podem provocar, e por isso também sei que em segundos ou numa sua fracção, uma folha de Exel responde à alteração das variáveis, mas a folha não é inteligente, e como também não tem coração, um liberal radical socialmente insensível, nunca saberá criar um modelo que se aplique a uma sociedade que não aceita ser tratada como subdesenvolvida, descontando mesmo qualquer má intenção deliberada da parte do dito manipulador de modelos por conta doutrem. Ora, todos sabemos que num Hospital Central, o seu Director não sabe curar todas as doenças, e por vezes nem só uma, e em desespero muitos doentes acabam por abandonar a medicina dita tradicional e recorrem às terapeuticas alternativas. Todos nos lembramos da terapia tradicional que o actual PM na campanha eleitoral receitava aos seus eleitores para a doença do Estado, no que ao déficie dizia respeito – “apenas a eliminação das gorduras do Estado”!
O País está num momento de desespero, em que só as Famílias ricas, ou “bem situadas na vida” não foram atingidas pelo desemprego e pela imigração, e por isso é preciso exigir que os políticos ditos alternativos, iniciem um percurso de contestação rigorosa aos erros do modelismo criativo do PM e do seu querido Ministro das Finanças, colocando ao serviço do País pelo menos a capacidade de trabalho instalada na Assembleia da República paga pelos Portugueses, apresentando estudos e resultados como fez a ARESP.
Num discurso recente de abertura do ano lectivo o Reitor da Universidade de Coimbra (UC) reclamou do Governo a aplicação da chamada taxa Tobin, e ofereceu a colaboração da UC no desenho do modelo para sua rápida implementação, sugerindo que um taxa de 0,5% produziria uma receita semelhante aos 7% da TSU, canalizável directamente para a amortização da Dívida. Acreditamos que a UC, uma entidade estruturalmente isenta, também não se eximirá a ajudar qualquer Partido Político a, por exemplo, conferir o apuramento do resultado das recentes decisões económicas mais controversas, como é o caso do resultado líquido do aumento do IVA da restauração, isto é, o balanço entre o valor acrescido da receita arrecadada no sector e os custos para o País directos e indirectos das falências e dos consequentes desempregados. Oxalá o blá,blá,blá das acções de protesto obriguem a política a passar das moções às acções de apresentação de receitas alternativas sustentadas no rigôr da compreensão realista do nosso PIB.

NOTA : A papada, é uma zona do pescoço do porco com algumas finas camadas de carne magra, e com muito toucinho,
que sabe bem cortado em finas tirinhas e que tostadas ao lume num bocado de azeite, é o acompanhamento ideal para uma sopa de poejos, e talvez não reduza o défice de colesterol!

sábado, 22 de setembro de 2012

O estado da "crise"

 
Quando as “receitas” das sopas são escritas sem rigôr, e os condimentos vão sendo misturados a “olho”, o caldo mais tarde ou mais cedo fica entornado, embora apareça sempre algum cozinheiro a dizer que quer continuar a comer apenas porque gosta da côr do avental do cozinheiro Chefe. A tal “crise” que dizem estar inspirada por um filósofo Grego, e às vezes se ouve dizer que começou em 2008, parece que por causa de um tal Lheman qualquer coisa, tem para mim três predecessores, a Globalização, o Comércio Livre, e os interesses do Directório Franco-Alemão. Os últimos episódios das medidas gaspares, ditas para remediar as derrapagens da economia no seu todo, serão um dia exercícos de estudo nalguma Universidade livre, pois envolve ao mesmo tempo receitas desonestas e políticos anti-patriotas. Quem tenha trabalhado no sector financeiro, ou afim, devia fazer um esforço para reclamar dos comentadores da praça pública rigor intelectual na análise da situação económica do nosso País, em especial daqueles que dizem ter terapias alternativas para a cura do doente, conservando este na mesma “unidade hospitalar”. É preciso salientar que os Bancos tinham até Julho emprestado às empresas 109,4 mil milhões de euro e deste valor 10,1 mil milhões estão em incumprimento, e que uma enorme fatia deste financiamento tem contrapartidas em dívida ao exterior, alguma obtida junto do BCE à taxa de 1%, que não se compara com a dívida do Estado. Será que num País pequeno, com enormes desigualdades sociais, portanto com muita gente subsídio/dependente, a classe média pode engolir em sêco um “programa de sucesso” financiado em parte pelo BCE a taxas de usura quando o mesmo BCE está a construir uma nova sede em Frankfurt cujo custo estimado em 2005 era de 850 milhões de euro e o derrapanço de custos já vai em 40%? E os Portugueses que não acreditam no Governo depois deste ter falhado em todas as previsões económicas, acham que será compatível com seriedade a aceitação de estarem a ser “julgados” por uns tipos que são tão rigorosos nas avaliações alheias que permitem uma derrapagem de 40% nas obras de conservação da sua própria casa?

domingo, 2 de setembro de 2012




A “ LÓGICA DOS MERCADOS”

Nos últimos dias, as taxas de juros dos empréstimos aos Estados exigidas pelos “mercados” (cuja verdadeira face só é do conhecimento dos amigos de todas as “troikas”), baixaram substancialmente, e a pregunta que se coloca é, - porquê?

Se na Europa a recessão continua e nos Países resgatados ou semi/resgatados todos os indicadores económicos continuam a piorar mensalmente, sendo desnecessário dar disso exemplos numéricos, o que justifica a descida dos juros das dívidas soberanas?

Como pertenço ao clube dos 99,99…99% que não conhecem a identidade dos tais especuladores agiotas, esta sua súbita bonomia, conduz-me por mais uma vez a desconfiar da estratégia das “tropas invasoras” que desencadearam a III Guerra Mundial que determina todas as oscilações financeiras ao sabor dos seus interesses, e não vale a pena sermos ingénuos, ignorando as cumplicidades envolvidas neste processo de ocupação territorial e apropriação patrimonial; os percursos empresariais de quase toda a seita de gente que chegou a governante das Instituições e Governos Europeus têm uma matriz comum na teia de interesses que sempre sublimaram o poder financeiro, e um dos melhores exemplos é um dirigente durante 8 anos do Goldman Sachs Internacional, filial europeia do banco americano, António Borges, o acessor do PM Passos Coelho, e se este o foi buscar e o mantém depois das mais variadas críticas à sua escolha e aos seus recentes dislates, é incompreensível como algumas pessoas o podem continuar a classificar como uma pessoa séria, e até acham tratar-se de gente com quem se devem estabelecer compromissos alargados. 

Ninguém, uma década atrás, conseguira imaginar que o Governo Conservador Grego era capaz de contratar o Banco Goldman Sachs para o ajudar “técnicamente” a mascarar as contas públicas para que a Grécia pudesse aderir ao Euro, tirando partido de que o Eurostat era então uma criança a aprender a andar, e que nessa “operação” o dito Banco fez um adiantamento à Grécia de 2,3 mil milhões de euro, actualizado hoje em 5,2 mil milhões por força das taxas de juro usurárias. O resultado da mais profunda e diversificada especulação do Banco Americano sobre a Grécia e o Euro está à vista.

Mas, afinal qual é lógica não só deste “resgate” a que Portugal está a ser sujeito, como também da metodologia de aquisição ocasional da sua dívida soberana, quem sabe se com o Goldman Sachs por detrás? Nas críticas rasteiras à situação financeira de Portugal, aparece sempre a história do TGV Socrático, como o exemplo de um investimento de capital intensivo que o País não tinha meios de promover através das receitas correntes do PIB. O mesmo raciocínio, valeria para obras mais ou menos recentes como a Ponte sobre o Tejo, o Centro Cultural de Belém, a Ponte Vasco da Gama, os Estádios para o Euro (cujos críticos se resumiram na altura aos anti-futebol ou aos estrategas do combate político) as pontes sobre o Rio Douro ou os Metropolitanos de Lisboa e do Porto. Cada vez tenho mais a sensação de que, por um lado ninguém quer efectivamente tentar compreender, nem a lógica das dívidas soberanas que devem servir para financiar a longo prazo investimentos cuja fruição vai atravessar várias gerações nem as “bolhas”, e por outro haverá cada vez menos pessoas que parecem olhar para o lado e acreditar nas palavras do Governo de que a crise é passageira desde que a esmagadora maioria dos contribuintes esteja disposta a alombar com as consequências das medidas do acordo com a Troika, ao mesmo tempo que os Amigos do Governo vão fazendo as melhores negociatas de forma a garantir-lhes um futuro risonho, aconteça o que a contecer. 

Emitir dívida pública de curto prazo com as suas condições a serem renegociadas a cada seis meses com os juros a duplicar num ano não é suportável para ninguém; imagine-se um crédito pessoal para aquisição de carro próprio deixar de ser amortizado, por exemplo a 60 meses, através de uma prestação igual de capital e juros, passando o capital a vencer anualmente e o empréstimo e os respectivos juros a serem renegociados em cada anuidade. 

Ora, a crise é duradoura, como ainda recentemente o Deputado Europeu Vital Moreira avisou, referindo que «esta será a primeira vez em que os nossos filhos não têm a garantia de viver melhor do que nós. E isto é uma mudança terrível. A nossa ideia positiva, progressista, de que cada geração vive melhor do que a anterior vai ser contrariada, porque esta crise já vai em quatro anos e, não tenhamos dúvidas, não há atalhos para o fim da crise. Não há crises que durem sempre esta não vai ser excepção, não vai ser solucionada amanhã, nem depois de amanhã. As sociedades, podem tolerar níveis de desigualdade relativamente elevados, mas tal só acontece se houver a percepção de que o futuro, a curto prazo e a médio prazo, pode mudar, e de que há uma escala social ascendente, de que as pessoas, os nossos filhos, viverão melhor do que nós e de que o nosso emprego futuro pode ser melhor do que o anterior». Para Vital Moreira, este cenário está ausente da realidade actual, uma vez que esta crise «é, sobretudo, àcerca do emprego e da falta de perspectivas de emprego». 

Enquanto o planeta Terra não “explodir”, uma coisa é já certa, podem encontra-se por via da foto/satélite novos indícios da existências de Pirâmides ainda desconhecidas no desertos do Egipto, mas a extensão do deserto está bem determinada e é finita, e o mesmo se aplica numa outra escala ao nosso território; os territórios da Europa e a maioria das suas infraestruturas já são suficientes para alimentar e acolher os seus habitantes nas próximas décadas, e por isso é provável que não vá haver “crescimento” que inverta os índices de desemprego, e, antes pelo contrário, temo que se continuem sucessivamente a agravar. À nossa roda, os dólares dos petróleos e dos gases naturais vão continuar a ser “fabricados” a cada segundo, e se não vão poder ser esgotados em aquisição de mais “riqueza”, a sua aplicação agiota nas dívidas soberanas, através dos seus aplicadores, leia-se Bancos, vai continuar por nos “conquistar” a soberania, em definitivo. Para disfarçar os golpes a que estamos a ser sujeitos, o Ministro Gaspar, outro peão do mesmo “exército”, inventou a “fórmula” das incertezas, e não vai ser fácil desmascará-la contra uma cassete discursiva respaldada nas televisões controladas pelos Partidos do Governo. 

Como é totalmente irrealista “rasgar” o memorando assinado com a TroiKa, só uma batalha com forças pragmáticamente aliadas pode conduzir ao confronto com os que vendem a nossa soberania e o nosso futuro e o dos nossos filhos em troca de favores para eles e para os seus amigos. Uns anos atrás, todos pudemos ir tendo uma oportunidade para ver o filme “Os Homens do Presidente”, agora como assistimos, ao vivo, à rodagem dos “Amigos do Presidente”, saibamos daí extrair as devidas lições, para que num futuro muito próximo se inverta o caminho da pobreza a que a política actual nos está a conduzir!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


OS “FAZEDORES DE OPINIÃO”, AS PRESSÕES SOBRE JORNALISTAS, E O OS “SUPERGESTORES”

Do Contrato de Trabalho a que estive ligado 30 anos antes de ter sido empurrado para a reforma, decorre o respeito pelo segredo profissional, mesmo para além da cessação da actividade, e por isso esta simples reflexão, está detalhada qb. Tudo isto a propósito de uma entrevista televisiva a um “supergestor” (aqueles que passam de CA para CA, deixando sempre rastos,…, por onde passam) a que assisti um dia destes, conduzida por um dos mais asquerosos jornaleiros da praça. Vou falar sobre “pressões”, algo que tem ocupado os média nos últimos tempos, para dar nota de um caso com que me tive de confrontar, e que está relacionado com outros temas da actualidade no que às fugas de impostos respeitam algumas operações de capitais. Ouvi há tempos na Sic notícias o jornalista Joaquim Vieira afirmar que só recentemente se tem a consciência de que há ilícitos criminais em certas fugas aos canais especializados nas transferências e movimentação de capitais, afirmação com que não concordo, pois sempre houve essa consciência no sistema financeiro Português, embora para aumentar os resultados, e melhorar os rácios, fosse preciosa a captação de novos capitais, e nos órgãos de base da actividade, que era aliciada com uma gestão por objectivos cuja consecução trazia como contrapartidas recompensas materiais, alguns tentassem por vezes desconhecer a paternidade dos depósitos que captavam a todo o custo. Um dia, um senhor Director telefonou-me para mostrar o seu desgrado porque a aplicação informática que geria os dados de identificação dos clientes tinha "provocado" a não aceitação de uma operação de depósito no exterior devido a uma determinada validação dos dados pessoais do cliente envolvido na operação. Lá tentei explicar ao senhor que todas as validações decorriam da lei e das regras impostas pelo Banco de Portugal, e que não podia contar com a colaboração dos serviços de back office para “martelar” dados a fim de permitir que um residente fosse tratado como um não residente apenas para ser possível que o mesmo pudesse fazer uma aplicação numa conta de uma zona franca vedada aos clientes nacionais, e onde não pagaria imposto sobre os rendimentos do capital aplicado. Fui então sujeito à “pressão”/chantagem de que ou encontrava uma solução ou ele fazia queixa à Administração, o que, naturalmente veio a acontecer. O Administrador responsável pela Direcção do tal senhor, hoje “superGestor”na crista de mais uma Administração de uma EP, deu sequência à “queixa” e telefonou-me, tendo ouvido da minha boca que apenas dependia da assunção de um despacho dele mandar a Direcção que seguia o cliente “alterar” a classificação do mesmo para não residente, e que da minha parte nada mais tinha acrescentar à informação que havia estado na origem daquele contacto. Um dos factores que mais penaliza a transparência na actividade financeira é a inexistência de um código de conduta com penalizações, para que as guerras da concorrência não assentem na violação da lei, com estratégias do tipo, o cliente diz que a entidade A se propõe praticar detreminadas condições, e caso a entidade B não o faça transfere as suas contas para a concorrente. Para aqueles que acham que o mercado tudo regula, o BPN é a prova de que não é assim, mesmo com um mecanismo como a Central de Riscos do Banco de Portugal (pois os criminosos podiam/podem(?) mesmo enganá-la,…), cuja implementação sempre defendi até se concretizar, que acompanhei de um dos lados e propus dever ser alargada em âmbito da EU e com a criação de um número de identificação Europeu para controlar as entidades que realizassem operações activas e passivas transfronteiriças no seu espaço. Tal como a prática das promoções dos 50% de desconto, ou dos “descontos” nos impostos, exige-se urgentemente mais Entidades Reguladoras de âmbito cada vez mais Europeu, senão, as “agências de notação”, que mais não são do que agentes da cadeia da especulação financeira, acabarão por conseguir o seu gande desígnio, o empobrecimento dos Países mais pobres e a destruição do ambiente do Euro.

quarta-feira, 13 de junho de 2012



A “crise” na Banca de Espanha, justifica que, de forma simples, conte aos meus Amigos não bancários, e recorde aos que exerceram a sua actividade no Sistema financeiro, alguns episódios dos tempos distantes da Banca Nacionalizada relacionados com os rácios de solvabilidade. Eram tempos, em que apesar de o clima político-económico não ser amigável, os depósitos bancários tinham um peso enorme nos balanços das Instituições de Crédito (IC), pois até os saldos das contas à ordem eram remunerados, e começavam então a despertar os estímulos internos para um crescimento sustentado do crédito concedido, muito longe mesmo da criação dos “intrumentos de crédito plástico”. Para que o Sistema Financeiro “estivesse ao serviço do desenvolvimento económico do País”, foram criados pelo Banco de Portugal (BP), mecanismos de classificação das operações de crédito concedidas aos Particulares ( Agora, chamados de Famílias) e às Empresas, a fim de não só cumprir aqueles objectivos como também manter seguros os rácios entre os volumes de depósitos nas IC e do crédito concedidos pelas mesmas IC. Na IC nacionalizada onde trabalhei, que hoje já não existe porque foi engolida pela ganância do Engº Jardim Gonçalves, que a dado momento lhe atribuía o valor de trinta milhões de contos e acabou por a adquirir por trezentos milhões, observavam-se religiosamente, diria até de forma fundamentalista, a Lei Geral do País e as instruções do BP.



Fala-se hoje muito de boys, quando convém explorar o sentimento da opinião pública atingida pela crise a propósito de acessores de Ministros quando nas Empresas Públicas as nomeações dos Gestores sempre foram feitas tendo em conta uma distribuição de lugares por pessoas ligados quase todas aos Partidos do chamado arco da governação. Assim, para um dos primeiros CG do BPA, foi nomeado o meu Director, um Homem do CDS, que acabou por não conseguir desempenhar o cargo durante muito tempo, mas que ainda lhe permitiu perceber como “funcionava” a chamada então “sã concorrência” entre os Bancos Públicos, e disso me deu conta quando regressou ao “nosso” Banco e me envolveu num debate sobre as consequências negativas da política de seriedade que praticávamos, e que nos estava a prejudicar no ranquink dos três maiores Bancos Comerciais. Cada operação de crédito realizada no Banco, era enquadrada nas chamadas “linhas de crédito” do BP, do que resultava uma informação agregada enviada ao Banco Central, ao contrário de hoje então elaborada de forma não automatizada, o que “permitia” às ICs uma mistificação possível dos dados caso os seus Gestores assim o decidissem, o que segundo o referido Director acontecia no Banco nosso concorrente de onde ele tinha saído. Importa começar por explicar que o código atribuído a cada operação de crédito era função primeiro do Sector de Actividade do cliente encontrado numa tabela do BP através do respectivo CAE (código de actividade económica) e em segundo lugar do objecto da operação. O volume do crédito que cada IC podia conceder, resultava portanto dos sectores de actividade objecto das operações e das garantias reais ou não que lhes ficavam associadas. Tinha um peso nos rácios muito diferente, por exemplo, créditos à exportação, à construção civil ou ao investimento na indústria e se o mesmos estavam garantidos por um mero aval pessoal dos sócios das empresas ou se estavam garantidos por uma chamada garantia real (hipoteca de um imóvel ou penhor da maquinaria da linha de produção); os créditos aos Particulares tinham então um peso negativo nos rácios. Como se percebe, uma IC chegada às datas de reporte ao BP “podia arranjar” os dados, ficando apenas à mercê das consequências de uma inspecção do Banco Central que era uma tarefa difícil pois estávamos longíssimo da informação residir em bases de dados relacionais estas de auditoria fácil e rápida; trabalhava-se por amostragem, e portanto até o volume dos erros encontrados eram impossível de ter verdadeiras consequências. Como se sabe, do BPA “nasceu” o BCP que além de ter incorporado sob a Presidência do seu fundador a sua “escola” , iniciou a sua actividade com um handicap especial concedido pelo Governo que o dispensou durante anos de cumprir os rácios para se poder afirmar como novo primeiro Banco privado após o 25 de Abril, e cuja estratégia de corrida para a frente nunca mais parou até ao “estado” em que se encontra hoje, não convindo esquecer que o actual Ministro da Saúde ali desempenhava funções no seu Órgão máximo.



O modelo económico que trouxe Portugal e Espanha até aqui, limitando a análise para concluir, assenta numa base de louco crescimento permanente, sempre a ter que se apresentar maior que o do vizinho do lado, num território finito, de recursos energéticos tradicionais escassos e finitos, com as necessidades básicas das populações aparente e progressivamente satisfeitas, em que as formas de satisfação parece depender apenas do consumismo, e este ficou progresivamente prisioneiro do Sistema Financeiro que por sua vez está dependendente do refinanciamento pelos “mercados” pois já não há nem Capitais Sociais nem operações passivas em volume suficiente para garantir a solvabilidade dos Bancos. E não podemos esquecer que para o tal crescimento permanente, inventaram-se “pacotes de fundos”, e “embrulhos de crédito” que não tinham correspondência na economia real e que estão agora a mostrar como a ausência de um controle Europeu sobre os movimentos de capitais e sobre as suas “aplicações” é a principal responsável pela situação, apenas porque “venceu” a ideologia liberal/jesuíta que acha que o “mercado” da iniciativa privada é a varinha de condão para resolver a crise financeira iniciada em 2008; passaram-se, QUATRO ANOS!

domingo, 10 de junho de 2012




GERAÇÕES

Numa entrevista que recentemente concedeu à Rádio Pública, o Presidente Mexia da EDP, fez o discurso de puro tecnocrata sobre a situação da companhia, cheio de “palavrões” em inglês, de alavancagens e desalavancagens, de adições de valôr,etc, mas ao ser interrogado sobre como via a situação do País, fez uma breve resenha da sua visão sobre a actualidade e seus antecedentes numa linguagem clara e pura, correlacionando o tema com a vertente das energias renováveis.
Disse Mexia, que a situação de endividamento do País se deve a uma aposta de forte investimento num largo conjunto de infraestruturas que se esperava viessem a ser amortizadas a médio e longo prazo, ainda pela sua geração mas também pelas próximas, pois estas vão ser as que mais benefícios retirarão por exemplo, dos novos hospitais e tribunais, das escolas onde vão aprender, das estradas e vias férreas por onde circularão mercadorias e passageiros, e das energias limpas que atingirão dentro de quinze anos custos zero. Ora, disse ele, de repente apareceu uma gente que nos quer obrigar a pagar tudo de repente, e isso é não só injusto para as actuais gerações, como está a provocar um conjunto de desarticulações do tecido económico e social cujas consequências são imprevisíveis e para cuja correção não se vislumbram adequadas políticas europeias.
O País, carece de mais actores com estatura para ajudar a desmontar toda a fraqueza doutrinária da teimosia arrogante das receitas dos liberais/jesuitas, que todos os dias demonstra a sua fiabilidade, e só tem defensores nas hordas de boys e girls fundamentalistas azuis-alaranjados a quem a crise não afecta, e que enxameiam tudo o que cheira a Estado pago pelos contribuintes.

domingo, 27 de maio de 2012




Um dos maiores perigos para a democracia é a manipulação da opinião pública através dos órgãos de comunicação social em especial da televisão. O Dr Nuno Morais Sarmento, ex-ministro, e ex- dirigente político, é comentador dito residente do jornal da noite da sic notícias à quintas feiras, e nesse quadro no último programa foi dissertar sobre Miguel Relvas, quase sem ser interrompido. Fê-lo com as suas qualidades de advogado, isto é, com um discurso préviamente preparado, assente num texto-guia manuscrito, com todas as frases muito bem medidas para tentar demonstrar que as acusações da semana a Relvas eram infundadas. Este antigo ministro da Propaganda de Durão Barroso, não teve a honestidade de começar por uma declaração de interesses, já que ele é o advogado do Espião mor do reino no “processo das secretas” que está a ser alvo de investigação pela parte do Ministério Público, facto agora indissociável da figura do Ministro Adjunto de Passos Coelho. Ora, toda a gente já percebeu que os “casos Relvas” decorrem não só da estrutura humana de cacique político do Ministro Adjunto mas da prática do seu envolvimento com as secretas, do qual todos os dias são conhecidos factos novos que cada vez mais o comprometem. Ouvir este antigo boxer a defender Relvas, com toda a veemência, usando a agressividade das técnicas do boxe para se desviar dos golpes que Relvas vem pregando à Democracia, foi da minha parte um exercício de penitência, mas também me obriga a salientar o estado de desespero dos porta vozes da maioria que a cada minuto que passa com Relvas no Governo, se confrontam com a evidência dos seus comportamentos intoleráveis, enredo do qual até o Marcelo Rebelo de Sousa se afasta, começando a criar o clima para a “saída ordenada” de Relvas do Euro.

segunda-feira, 7 de maio de 2012



Os resultados das eleições do último Domingo, estimulam um exercício de análise às razões que os determinaram, e a algumas das suas consequências para os Europeus, embora estes sejam cada vez mais um conjunto assimétrico, divergente e contraditório de Povos. O que mais me interessa sempre, não é se estou do “lado” dos vencedores, é a discussão da Política, isto é a Democracia ao serviço das pessoas, e por isso o Parlamento Grego saído desta eleição vai ser uma enorme Sede de preocupação para os que ainda acreditam num projecto de uma Europa com um Governo ao serviço dos Povos e combatente do poder derivado da acumulação em espiral de uma miscenização de capitais provenientes de todo o tipo de negócios especulativos, uns “legais” embora especulativos, outros reconhecidamente ilegais. Se em Atenas, o Poder vier a ser entregue aos representantes de um terço dos eleitores que se expressaram, a Democracia sofre em minha franca opinião um rude golpe, independentemente do meu desejo em que a Grécia se mantenha no Euro, e bem pode o Líder do Pasok falar num Governo de Unidade Nacional para garantir a “estabilidade governativa”, pois esta naquele cenário de minoria tão clara tornar-se-ia na principal aliada da instabilidade social. A importância da eleição Presidencial Francesa, vai ainda ficar suspensa dos resultados das próximas eleições legislativas, embora nestas se possam já adivinhar interferências externas com frases ambíguas do Governo das direitas Europeias, sobre emprego e crescimento, que nesta oportunidade só podem ser classificadas de cínicas e oportunistas. Claro que os resultados das eleições nestes dois Países, só pode ter tirado o sono à Senhora Merkel. Bastou conhecer as palavras do PM de Portugal dirigidas a Francoise Hollande, decerto com enorme contra gosto, para se perceber que os liberais jesuítas nada querem mudar, mas sim chantagear os adversários da linha autoritária que desgoverna a Europa, e os comentadores direitistas do PSD e do CDS na noite de balanço eleitoral insistiam salientar que o novo Presidente é um Social Democrata Reformista. Esta conveniência dos ocupantes dos espaços nos “média”, que estão ao serviço do poder económico, em aprisionar os Governantes numa agenda de “reformas estruturais” que ninguém as sabe elencar com detalhe, quanto mais as virtudes da sua aplicação, destina-se a repetir uma frase até à exaustão para predispôr os ouvintes em a tornar como dogma. Seja qual for o futuro, estes resultados demonstram que quem cresceu embalado na sombra de regimes autoritários como é o caso dos Chefes de Governo da Alemanha e de Portugal, ambos “retornados” de ex-colónias, estão do lado contrário à crescente consciencialização Europeia de que o liberalismo praticado pelo Ministro das Finanças Alemão, que manda efectivamente nos dois Países, é o grande inimigo do Estado Social que esteve na base da criação da EU.

quarta-feira, 2 de maio de 2012



Qualquer pessoa mínimamente literada absorve com rapidez as regras da macro-economia aplicaveis à gestão das contas do Estado, já que as grandes linhas cabem numa folha de A4 ao baixo, bastando ficar a saber entender as interdependências entre cada item. Entre as muitas e variadas razões para a falta de sinais de optimismo real em que Portugal possa poder vencer a recessão, destaca-se a obcessão liberal que recusa os valores da micro-economia apenas porque esta é inimiga dos mercados financeiros, ou melhor os mercados financeiros de quem os dirigentes das direitas estão refens porque já foram e voltarão a ser seus servos, são adversários puros e duros da micro-economia. O desenvolvimento nacional da micro-economia traria atrás de si mais postos de trabalho e menos importações, e isso, é o que os liberais regeitam pois não ajuda os grandes negócios transnacionais e o embolsar das comissões que os acompanham. Nem tudo são facilidades para se reinventar o contributo maioritário da produção nacional, agricultura à parte pois graças ao projecto do Alqueva, que a direita não queria construir nem quer acabar, já produzimos 70% daquilo que consumimos, mas para além de uma esperança numa nova Revolução Francesa, são precisas acções de protecção da produção Nacional, nem que para isso se tenha de revogar alguns acordos do chamado “comércio livre”, invocando a mesma situação de excepção com que os liberais procuram justificar as medidas de austeridade. O “progresso” tem “caminhado” trazendo consigo “armadilhas” para os anteriores equilíbrios socio-económicos, pois as consequências da transferência para outros continentes da produção de muitos bens de primeira necessidade não foi devidamente avaliada. Nos meus caminhos com a companhia das objectivas, confrontei-me recentemente com duas imagens que explicitam muito daquilo que deixei escrito; o “progresso exige” transportes mais rápidos, mais seguros e com menos mão de obra de manutenção, e os componentes da infraestrutura ferroviária deixaram de ser produzidos em Portugal, e agora só nos resta olhar para o rasto do passado e registá-lo o melhor possível, até porque para a plasticidade esquemática das imagens do antigamente não vai ser fácil encontrar concorrentes à altura.
As imagens que justificaram este texto estão publicadas na Lente Verde

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quando a Euribor desce, o que é uma constante de há muitos meses a esta parte, os empréstimos que a têm como referencial, descem.Todos estamos fartos de ouvir isto nos noticiários televisivos. Também ouvimos dizer que o Banco Central Europeu mantém a taxa de refrência perto do zero, porque teme consequências inflacionistas. Entretanto, os “mercados” vão apertando selectivamente todos os dias algumas das economias Europeias, enquanto os seus agentes mais visíveis vão ora tecendo loas aos Liberais Jesuitas Portugueses, ora “ameaçando” outros Países. Umas das acusações mais fortes que se ouvem da parte dos “agentes” dos “mercados” é a de que Portugal viveu desde 1974 como um País rico, isto é, construiu estradas, hospitais, imóvies, barragens, centrais de energias renováveis, tribunais, escolas, etc. Pelo meio de toda esta vozaria, até se intromete um tal Álvaro, que nunca cá viveu e diz mais do mesmo, e ignorante das razões porque os “mercados” continuam a “oferecer” crédito a preços de saldo, também não sabe explicar porque razão o desemprego galopa sem nenhum sinais de retrocesso. Entretando, toda a direita Europeia estrabuxa perante a possibilidade de viragem no Governo da República Francesa, disparando acusações em todas as direcções, excepto sobre o Sistema Financeiro que é o responsável pela crise que também nos atinge.

sexta-feira, 20 de abril de 2012





O País acordou hoje, assim, de bandeira verde hasteada.
Mau grado o Governo ter um tal Álavro dito “Ministro da Economia” que lá vai inaugurando os investimentos Estrangeiros negociados pelo Governo anterior, e um tal gato Gaspar a andar pelo Mundo exibindo-se de perna traçada em Inglês, anunciando dezenas de metas que diz ele não poder garantir atingir porque dependem de factores que lhe são alheios, o País acordou com as bandeiras verdes desfraldadas e tem esperança nas qualidades de muitos Portugueses que são capazes de motivar grupos de trabalho, mas nenhum desses motivadores faz parte do tal “Governo”, pois este não passa de um punhado de burocratas que entregou a gestão do País a uma empresa de outsorcing, a quem paga ao trimestre.

domingo, 1 de abril de 2012



A Lente Negra

Só sou responsável por aquilo que escrevo, não pelo que os outros entendem

Ano novo, vida nova, diz o povo.
A partir de hoje, mês novo, vida nova.
Como a esmagadora maioria dos nossos concidadãos sabem, o futuro para os nossos descendentes tem uma aparência tão dramática e envolto em tintas tão negras que a avaliação dos comportamentos daqueles que verdadeiramente são responsáveis pelo progresso no caminho para o abismo, é incompatível com as côres da esperança.
No mundo das imagens, sejam estas reais, imaginadas ou imaginárias, é difícil saber viver o presente com os “maus hábitos” das escolhas multicolores, e ao mesmo tempo apreciar os hábitos das velhas memórias do advento da fotografia e do cinema com os milhões de tons de uma só cor; mas, apesar disto vou continuar a enfrentar a dificuldade de eleger entre alguns dos resultados que o simples rodar de um botão selector determinam, e que separam aqueles dois enormes e poderosos universos. Como por enquanto vai continuar a vencer a paleta multicolor, este espaço, verde esperança, é incompatível com as palavras com que procuro traduzir a apreciação crítica às consequências para o meu País das práticas de magia negra surgida da união entre os algozes das seitas Ultra-Liberal e Jesuíta que a Democracia, de forma irónica, parece ter permitido atravessar nos nossos caminhos.

Por tudo isto, só “A Lente Negra”, vai passar a albergar as minhas palavras alinhadas num editor de texto, àcerca das malfeitorias que todas as hordas de Liberais e de Jesuítas qualquer que seja o seu matiz, exercem sobre a escravaria cada dia mais muda, porque silenciada em dois planos, o da sua própria incapacidade material para se fazer ouvir, e o da permanente sobreposição décibeica de vozes arregimentadas para bajularem o poder de que dependem, através de falsos órgãos de informação livres e independentes.