Um dos maiores perigos para a democracia é a manipulação da opinião pública através dos órgãos de comunicação social em especial da televisão. O Dr Nuno Morais Sarmento, ex-ministro, e ex- dirigente político, é comentador dito residente do jornal da noite da sic notícias à quintas feiras, e nesse quadro no último programa foi dissertar sobre Miguel Relvas, quase sem ser interrompido. Fê-lo com as suas qualidades de advogado, isto é, com um discurso préviamente preparado, assente num texto-guia manuscrito, com todas as frases muito bem medidas para tentar demonstrar que as acusações da semana a Relvas eram infundadas. Este antigo ministro da Propaganda de Durão Barroso, não teve a honestidade de começar por uma declaração de interesses, já que ele é o advogado do Espião mor do reino no “processo das secretas” que está a ser alvo de investigação pela parte do Ministério Público, facto agora indissociável da figura do Ministro Adjunto de Passos Coelho. Ora, toda a gente já percebeu que os “casos Relvas” decorrem não só da estrutura humana de cacique político do Ministro Adjunto mas da prática do seu envolvimento com as secretas, do qual todos os dias são conhecidos factos novos que cada vez mais o comprometem. Ouvir este antigo boxer a defender Relvas, com toda a veemência, usando a agressividade das técnicas do boxe para se desviar dos golpes que Relvas vem pregando à Democracia, foi da minha parte um exercício de penitência, mas também me obriga a salientar o estado de desespero dos porta vozes da maioria que a cada minuto que passa com Relvas no Governo, se confrontam com a evidência dos seus comportamentos intoleráveis, enredo do qual até o Marcelo Rebelo de Sousa se afasta, começando a criar o clima para a “saída ordenada” de Relvas do Euro.
domingo, 27 de maio de 2012
Um dos maiores perigos para a democracia é a manipulação da opinião pública através dos órgãos de comunicação social em especial da televisão. O Dr Nuno Morais Sarmento, ex-ministro, e ex- dirigente político, é comentador dito residente do jornal da noite da sic notícias à quintas feiras, e nesse quadro no último programa foi dissertar sobre Miguel Relvas, quase sem ser interrompido. Fê-lo com as suas qualidades de advogado, isto é, com um discurso préviamente preparado, assente num texto-guia manuscrito, com todas as frases muito bem medidas para tentar demonstrar que as acusações da semana a Relvas eram infundadas. Este antigo ministro da Propaganda de Durão Barroso, não teve a honestidade de começar por uma declaração de interesses, já que ele é o advogado do Espião mor do reino no “processo das secretas” que está a ser alvo de investigação pela parte do Ministério Público, facto agora indissociável da figura do Ministro Adjunto de Passos Coelho. Ora, toda a gente já percebeu que os “casos Relvas” decorrem não só da estrutura humana de cacique político do Ministro Adjunto mas da prática do seu envolvimento com as secretas, do qual todos os dias são conhecidos factos novos que cada vez mais o comprometem. Ouvir este antigo boxer a defender Relvas, com toda a veemência, usando a agressividade das técnicas do boxe para se desviar dos golpes que Relvas vem pregando à Democracia, foi da minha parte um exercício de penitência, mas também me obriga a salientar o estado de desespero dos porta vozes da maioria que a cada minuto que passa com Relvas no Governo, se confrontam com a evidência dos seus comportamentos intoleráveis, enredo do qual até o Marcelo Rebelo de Sousa se afasta, começando a criar o clima para a “saída ordenada” de Relvas do Euro.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Os resultados das eleições do último Domingo, estimulam um exercício de análise às razões que os determinaram, e a algumas das suas consequências para os Europeus, embora estes sejam cada vez mais um conjunto assimétrico, divergente e contraditório de Povos. O que mais me interessa sempre, não é se estou do “lado” dos vencedores, é a discussão da Política, isto é a Democracia ao serviço das pessoas, e por isso o Parlamento Grego saído desta eleição vai ser uma enorme Sede de preocupação para os que ainda acreditam num projecto de uma Europa com um Governo ao serviço dos Povos e combatente do poder derivado da acumulação em espiral de uma miscenização de capitais provenientes de todo o tipo de negócios especulativos, uns “legais” embora especulativos, outros reconhecidamente ilegais. Se em Atenas, o Poder vier a ser entregue aos representantes de um terço dos eleitores que se expressaram, a Democracia sofre em minha franca opinião um rude golpe, independentemente do meu desejo em que a Grécia se mantenha no Euro, e bem pode o Líder do Pasok falar num Governo de Unidade Nacional para garantir a “estabilidade governativa”, pois esta naquele cenário de minoria tão clara tornar-se-ia na principal aliada da instabilidade social. A importância da eleição Presidencial Francesa, vai ainda ficar suspensa dos resultados das próximas eleições legislativas, embora nestas se possam já adivinhar interferências externas com frases ambíguas do Governo das direitas Europeias, sobre emprego e crescimento, que nesta oportunidade só podem ser classificadas de cínicas e oportunistas. Claro que os resultados das eleições nestes dois Países, só pode ter tirado o sono à Senhora Merkel. Bastou conhecer as palavras do PM de Portugal dirigidas a Francoise Hollande, decerto com enorme contra gosto, para se perceber que os liberais jesuítas nada querem mudar, mas sim chantagear os adversários da linha autoritária que desgoverna a Europa, e os comentadores direitistas do PSD e do CDS na noite de balanço eleitoral insistiam salientar que o novo Presidente é um Social Democrata Reformista. Esta conveniência dos ocupantes dos espaços nos “média”, que estão ao serviço do poder económico, em aprisionar os Governantes numa agenda de “reformas estruturais” que ninguém as sabe elencar com detalhe, quanto mais as virtudes da sua aplicação, destina-se a repetir uma frase até à exaustão para predispôr os ouvintes em a tornar como dogma. Seja qual for o futuro, estes resultados demonstram que quem cresceu embalado na sombra de regimes autoritários como é o caso dos Chefes de Governo da Alemanha e de Portugal, ambos “retornados” de ex-colónias, estão do lado contrário à crescente consciencialização Europeia de que o liberalismo praticado pelo Ministro das Finanças Alemão, que manda efectivamente nos dois Países, é o grande inimigo do Estado Social que esteve na base da criação da EU.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Qualquer pessoa mínimamente literada absorve com rapidez as regras da macro-economia aplicaveis à gestão das contas do Estado, já que as grandes linhas cabem numa folha de A4 ao baixo, bastando ficar a saber entender as interdependências entre cada item. Entre as muitas e variadas razões para a falta de sinais de optimismo real em que Portugal possa poder vencer a recessão, destaca-se a obcessão liberal que recusa os valores da micro-economia apenas porque esta é inimiga dos mercados financeiros, ou melhor os mercados financeiros de quem os dirigentes das direitas estão refens porque já foram e voltarão a ser seus servos, são adversários puros e duros da micro-economia. O desenvolvimento nacional da micro-economia traria atrás de si mais postos de trabalho e menos importações, e isso, é o que os liberais regeitam pois não ajuda os grandes negócios transnacionais e o embolsar das comissões que os acompanham. Nem tudo são facilidades para se reinventar o contributo maioritário da produção nacional, agricultura à parte pois graças ao projecto do Alqueva, que a direita não queria construir nem quer acabar, já produzimos 70% daquilo que consumimos, mas para além de uma esperança numa nova Revolução Francesa, são precisas acções de protecção da produção Nacional, nem que para isso se tenha de revogar alguns acordos do chamado “comércio livre”, invocando a mesma situação de excepção com que os liberais procuram justificar as medidas de austeridade. O “progresso” tem “caminhado” trazendo consigo “armadilhas” para os anteriores equilíbrios socio-económicos, pois as consequências da transferência para outros continentes da produção de muitos bens de primeira necessidade não foi devidamente avaliada. Nos meus caminhos com a companhia das objectivas, confrontei-me recentemente com duas imagens que explicitam muito daquilo que deixei escrito; o “progresso exige” transportes mais rápidos, mais seguros e com menos mão de obra de manutenção, e os componentes da infraestrutura ferroviária deixaram de ser produzidos em Portugal, e agora só nos resta olhar para o rasto do passado e registá-lo o melhor possível, até porque para a plasticidade esquemática das imagens do antigamente não vai ser fácil encontrar concorrentes à altura.
As imagens que justificaram este texto estão publicadas na Lente Verde
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