quarta-feira, 2 de maio de 2012



Qualquer pessoa mínimamente literada absorve com rapidez as regras da macro-economia aplicaveis à gestão das contas do Estado, já que as grandes linhas cabem numa folha de A4 ao baixo, bastando ficar a saber entender as interdependências entre cada item. Entre as muitas e variadas razões para a falta de sinais de optimismo real em que Portugal possa poder vencer a recessão, destaca-se a obcessão liberal que recusa os valores da micro-economia apenas porque esta é inimiga dos mercados financeiros, ou melhor os mercados financeiros de quem os dirigentes das direitas estão refens porque já foram e voltarão a ser seus servos, são adversários puros e duros da micro-economia. O desenvolvimento nacional da micro-economia traria atrás de si mais postos de trabalho e menos importações, e isso, é o que os liberais regeitam pois não ajuda os grandes negócios transnacionais e o embolsar das comissões que os acompanham. Nem tudo são facilidades para se reinventar o contributo maioritário da produção nacional, agricultura à parte pois graças ao projecto do Alqueva, que a direita não queria construir nem quer acabar, já produzimos 70% daquilo que consumimos, mas para além de uma esperança numa nova Revolução Francesa, são precisas acções de protecção da produção Nacional, nem que para isso se tenha de revogar alguns acordos do chamado “comércio livre”, invocando a mesma situação de excepção com que os liberais procuram justificar as medidas de austeridade. O “progresso” tem “caminhado” trazendo consigo “armadilhas” para os anteriores equilíbrios socio-económicos, pois as consequências da transferência para outros continentes da produção de muitos bens de primeira necessidade não foi devidamente avaliada. Nos meus caminhos com a companhia das objectivas, confrontei-me recentemente com duas imagens que explicitam muito daquilo que deixei escrito; o “progresso exige” transportes mais rápidos, mais seguros e com menos mão de obra de manutenção, e os componentes da infraestrutura ferroviária deixaram de ser produzidos em Portugal, e agora só nos resta olhar para o rasto do passado e registá-lo o melhor possível, até porque para a plasticidade esquemática das imagens do antigamente não vai ser fácil encontrar concorrentes à altura.
As imagens que justificaram este texto estão publicadas na Lente Verde