A história das papadas
A Associação de Restaurantes e Similares de Portugal (ARESP) anunciou aos Órgãos de Intoxicação Social (OIS) que encomendou um estudo à consultora PwC Portugal e à Sociedade de Advogados Espanha & Associados que faz o levantamento dos impactos reais gerados no sector pelo aumento do IVA de 13 para 21% na restauração, e que o vai entregar ao PM. No mesmo dia, o pantomineiro que há anos e anos todos os domingos num canal televisivo de referência faz umas habilidades de manipulação opinativa, apareceu agora, por detrás do cortinado do segredo do recente Conselho de Estado (CE), a tentar convencer os seus olhintes de que há um “médico” a tratar da saúde do País, e que dentro de poucos meses está garantido que vão aparecer os resultados positivos das “terapias” a que nos vem sujeitando. Ao mesmo tempo, os OIS “informavam” que o tal “médico” fez a sua apresentação/prelecção no CE usando pelo menos uma aplicação muito popular da Microsoft. Sei, por experiência própria do ponto de vista do utilizador, o fascínio que as micro-aplicações informáticas usadas pelo tal “médico” nos podem provocar, e por isso também sei que em segundos ou numa sua fracção, uma folha de Exel responde à alteração das variáveis, mas a folha não é inteligente, e como também não tem coração, um liberal radical socialmente insensível, nunca saberá criar um modelo que se aplique a uma sociedade que não aceita ser tratada como subdesenvolvida, descontando mesmo qualquer má intenção deliberada da parte do dito manipulador de modelos por conta doutrem. Ora, todos sabemos que num Hospital Central, o seu Director não sabe curar todas as doenças, e por vezes nem só uma, e em desespero muitos doentes acabam por abandonar a medicina dita tradicional e recorrem às terapeuticas alternativas. Todos nos lembramos da terapia tradicional que o actual PM na campanha eleitoral receitava aos seus eleitores para a doença do Estado, no que ao déficie dizia respeito – “apenas a eliminação das gorduras do Estado”!
O País está num momento de desespero, em que só as Famílias ricas, ou “bem situadas na vida” não foram atingidas pelo desemprego e pela imigração, e por isso é preciso exigir que os políticos ditos alternativos, iniciem um percurso de contestação rigorosa aos erros do modelismo criativo do PM e do seu querido Ministro das Finanças, colocando ao serviço do País pelo menos a capacidade de trabalho instalada na Assembleia da República paga pelos Portugueses, apresentando estudos e resultados como fez a ARESP.
Num discurso recente de abertura do ano lectivo o Reitor da Universidade de Coimbra (UC) reclamou do Governo a aplicação da chamada taxa Tobin, e ofereceu a colaboração da UC no desenho do modelo para sua rápida implementação, sugerindo que um taxa de 0,5% produziria uma receita semelhante aos 7% da TSU, canalizável directamente para a amortização da Dívida. Acreditamos que a UC, uma entidade estruturalmente isenta, também não se eximirá a ajudar qualquer Partido Político a, por exemplo, conferir o apuramento do resultado das recentes decisões económicas mais controversas, como é o caso do resultado líquido do aumento do IVA da restauração, isto é, o balanço entre o valor acrescido da receita arrecadada no sector e os custos para o País directos e indirectos das falências e dos consequentes desempregados. Oxalá o blá,blá,blá das acções de protesto obriguem a política a passar das moções às acções de apresentação de receitas alternativas sustentadas no rigôr da compreensão realista do nosso PIB.
NOTA : A papada, é uma zona do pescoço do porco com algumas finas camadas de carne magra, e com muito toucinho, que sabe bem cortado em finas tirinhas e que tostadas ao lume num bocado de azeite, é o acompanhamento ideal para uma sopa de poejos, e talvez não reduza o défice de colesterol!