domingo, 3 de março de 2013




Preocupações pós manif
1. O que será de facto o futuro dos meus netos? Uma útil e pertinente proposta de reflexão, a que alguma gente, inqualificável, quer fugir. Este movimento Italiano, terá de se estender pelo resto da Europa do Sul para que todos se empenhem em dar o direito aos mais novos para que se possam expressar e participem na discussão séria do seu futuro.
2. A manifestação de ontem, pelas imagens das tvs em directo, estava cheia de velhas e de velhos, talvez porque estavam ausentes motivações consistentes que atraissem os mais novos, ou mesmo propostas políticas que abrissem caminhos para os mais novos acreditarem no futuro e lutarem por novos caminhos. Os “que se lixe a troika”, estão tão próximos afinal do palhaço italiano, pois com uma música sem propostas concretas a acompanhá-la, e com a máscara do sectarismo caída no final, perderam a compreensão dos que apoiam e acreditam ainda nas virtudes da Democracia Parlamentar e disseram presente nas ruas.
3. O Tó Zé, que ainda não arranjou um Tó Manel para cuidar-lhe do aparelho, e lá saberá porquê, em vez de ter ido à manifestação ou “mandar” mais gente do seu séquito, além do pateta da ADSE, que este sim devia ter tido o bom senso de não aparecer, foi para um Campo Maior, tratar da vida dele e dos tachinhos autárquicos do aparelho que o sustenta. Se o Governo e o PR estão sitiados em casa, não porque alguém lhes vá fazer mal físicamente, o “líder” da oposição pareceu emparceirar com outro SG, o da UGT, e fingirem que tudo se resolverá com mais tempo para “o ajustamento”, tardando em se demarcarem do acordo com a troika, com os compromissos assinados pelo PS já totalmente subvertidos, e tiveram medo de se juntar aos protestos dos manifestantes.
4. Ouvi, uma rapariga nova dizer que “antes de partir para a violência”, esperava contribuir com a sua presença na manifestação para que o Governo mudasse de política ou se demitisse, pois ela tinha perdido o emprego e estava a começar a ficar desesperada. Este desespero, deve ser cada vez mais acentuado quando o Governo propagandeia grandes resultados na sua política de emprego no sector primário, e as tvs acabam por nos mostrar que afinal são os meninos do CDS, com as terras dos Papás e financiamento ou capitais próprios de centenas de milhar de euros que de facto estão a tratar da vidinha deles, sem criarem postos de trabalho para outros desempregados.
5. Quem me parece ter estado na manifestação, foi o PS inorgânico ao contrário do PC, este bem ausente como parece indiciar a fraca mobilização em Évora.
6. Porque estamos cercados de figuras “Berlusquianas”, como o Ulrich, agora o Salgueiro, e uma maioria de comentadores que já não se podem ouvir como os Lobos Xavier, Marcelos, Camelo Mendonça, entrevistados por convite ou auto convidados, outros avençados, mas todos, todos palhaços, é mesmo necessária uma revolução nos OCS para que o esclarecimento não chegue através das estações secundárias e por meia dúzia de gente que ainda sabe parar para pensar honestamente.
7. Tendo sido Cavaco a figura mais vaiada no Terreiro do Paço, isto é um motivo de preocupação acrescida, pois a sua resignação criaria no País um vazio institucional garvíssimo, capaz de nos conduzir à Grécia dos Generais, mas a dimensão dos protestos e os sentimentos expressos pelas pessoas obrigam-no a tomar uma atitude, “convidando” pela última vez o Governo a mudar de rumo ou então a demiti-lo, sob pena de se agravar a tensão entre as pessoas e os órgãos de soberania.